28 agosto 2016

TÍTULO: Boulevard Olímpico


Rio de Janeiro,28 de agosto de 2016.

Final das Olimpíadas no Rio.
Fomos três vezes visitar o Boulevard Olímpico na Praça Mauá.
Um passeio super gostoso, seguro e muito limpo. Não há palavras para elogiar o local e o que foi feito. Muita gente, mas muita mesmo. Só quem foi sabe do que estou falando. Pensei até em colocar uma buzina na cadeira de rodas da mamãe (risos). Acabei colocando uma de de bicicleta.
O primeiro dia foi num sábado, 03 de agosto. Lotado. Andamos da Praça Mauá até a Praça XV. Muitas atrações e filas intermináveis. Não entrei em nenhuma. Ficará para a próxima vez. Mamãe ficou encantada. Tudo fotografado e registrado e,com a promessa de retornarmos.
Como consegui levá-la. Simples. Durante toda a semana falei sobre o assunto, independentemente de esquecer logo depois ou não, fui falando e a ideia de visitar um lugar desconhecido foi entrando no seu sub inconsciente. Lógico que eu estava mais animada do que ela, mas só de pensar em mostrar o local revitalizado, foi mágico. O dia chegou e a preparação durou 2 horas. Banho, escolher as roupas, separar, se arrumar e fomos. De táxi. Não tem como parar um carro por lá e a sua mobilidade é limitada. Fiz isso nas outras duas vezes também. Valeu a pena. Sua alegria ficou registrado nas fotos e, ela se lembra disso ou, pelos menos, é o que confirma.
Na segunda vez, fomos do outro lado, Praça Mauá até os painéis do Kobra. Novamente, muita gente e filas para entrar nas exposições. Não deu desta vez. Ela não iria aguentar tanto tempo, sendo levada de uma exposição a outra.
Nesta terceira vez, que não será a última, finalmente conseguimos entrar no Museu do Amanhã. Levamos a Angela, que adorou tudo. Foram quase três horas de passeio e não conseguimos visitar tudo. Vamos voltar. A tecnologia, a integração homem e máquina, as informações, exposições, filmes, etc. Um Museu com letra M maiúscula. Moderno, amplo, organizado, informativo, interativo. Sem palavras.
Lógico que tudo isso tem um preço.
Agitação. Movimento leva a minha mãe a ficar confusa no final do dia.


Link https://youtu.be/w34KqYLmLQ4


























O que acabou acontecendo nesta última visita. Veio forte. Durante duas longas horas, não tinha o que se fazer, apenas acompanhar essa agitação para evitar quedas. Mas a queda acabou acontecendo. Sem danos maiores. Queria tanto entender os embaralhados de seus pensamentos. Num momento era estava bem, pronta para ir dormir, limpa, alimentada e com os remédios dados no horário. No outro, minha mãe estava com uma ideia fixa de que tinha uma pessoa na varanda e esta pessoa era a sua filha. Eu. Fomos até a varanda, que tem grade, e mostrei a ela. Não adiantou. Abri e não a deixei ficar em pé no parapeito da grade. Começou a grita e a me chamar. Consegui que ela entrasse e, outra vez, foi até a grade fechada da varanda. Na terceira vez ela caiu. Ficamos no chão, sentadas lado a lado, conversando com ela, mostrando a varanda e tentando acalma-la. Tudo isso, nem preciso dizer, que é desnecessário. Nesses momentos nada adianta ficar falando, falando e falando. A deixo sossegada e tento de novo. Até ela se cansar e querer ir pra cama. Só que, depois de um dia tão movimentado, o cansaço já instalado e 21h da noite, acabei pedindo ajuda ao vizinho para levanta-la.
Foi dormir e o fez durante toda a noite. Calma, serena, levantou-se hoje pela manhã, sem nada lembrar. O lado bom do Alzheimer é esses. Ela não lembra das crises. Não sofre com isso.