06 outubro 2016

TÍTULO: NOITES DE ESTRELAS

Dia 06 de outubro de 2016.

É muito complicado quando a medicação não faz o efeito esperado e, começo a me perguntar, como seria se ela não estivesse medicada e com acompanhamento médico? A madrugada foi uma dessas noites que nada funciona. Não quis dormir e pronto. Tentei todas as táticas conhecidas e a imaginação acabou com o cansaço. Foi um coloca na cama, cobre (está fazendo frio aqui no Rio de Janeiro), beijinho de boa noite e, cinco minutos depois, ela está de pé. Pior, não sabe nem porquê. Durante duas horas, o exercício foi esse. Até que resolvi ir deitar também, para mostrar a ela que estava na hora de ir dormir. Meia hora depois, ela estava no meu quarto, me procurando. Fez isso por duas vezes. Uma hora depois, eu já dormindo, me chamou e fui atende-la. Ela nem se mexeu da cama, apenas disse que me amava. Ah! Isso quebra qualquer outra atitude. De volta a cama, parte 6 custei a dormir e quando consegui, novamente me chamou. Estava toda molhada de xixi. A fralda noturna não resistiu de tanto mexe mexe na cama e as 3h da madrugada, fiquei em plena atividade trocando a cama e fazendo a sua higiene. Bem, pensei, agora ela vai dormir. Pura ilusão. Levantou umas 4 vezes durante uma hora, puxando os lençóis, pois como ela mesmo disse, eram dela e iria levar com ela para a sua casa. Não acredito: a história de voltar pra casa as 4h da manhã! Sei que ninguém gosta de ver ou ler uma situação desta, mas como eu mesma digo, escrevo para desabafar e, com isso, ajudar outras pessoas. A solução que tive foi cansa-la. Fomos ver TV até as 5h. O nível de confusão era tão grande que não adiantava fazer nada. A solução foi deixa-la quieta, em segurança, ao meu lado, vendo TV. De volta a cama, ela ficou por apenas mais uma hora e as seis da manhã levantou e pediu que a leva-se para a casa da mãe dela. Nesta hora eu já estava com tudo pronto na cozinha, pois o sono já tinha me abandonado.
Agora, ela está na sala, com os olhos bem abertos, vendo as orações do dia. São 9h da manhã.
Pergunto-me se ela estaria melhor assistida se estivesse em uma casa de repouso. Não sei. Nestas horas me desespero e penso nesta opção. Mas então, reflito, se isso não seria mais uma atitude de momento. Como seria, minha mãe num local deste, com toda a dificuldade de se comunicar, pois fala mal o português, ainda com um nível de consciência e me acabo me calando. Talvez um dia isso venha acontecer. Talvez eu traga uma equipe em casa. Talvez, talvez talvez. Por quê pensar nisso agora. Foi só uma noite ruim.
Na foto, minha mãe se levantou da cadeira de rodas e se sentou na mesa de centro, que é bem reforçada e aguenta bem o peso dela. Meu pé aparece na foto.

Link: https://youtu.be/2BamigQBO1Q e https://youtu.be/w4WevGjgEvg