03 setembro 2016

TÍTULO: CORAGEM




Ah! Querer teu bem
Maior do que qualquer outra coisa.
Querer teu abraço
Tão simples e esperado.

Apenas dar o melhor de mim,
Sabendo que nem sempre
Terei o teu melhor
Mesmo se esforçando.
Poder te abraçar
Todos os instantes
Estar, apenas isso.
Simples como um sorriso.
Fácil como um beijo.
Eterno como meu carinho.

Nem todo caminho será fácil. Haverá muitos obstáculos. Creio Em Ti, Senhor. Ao meu lado Estarás. Dei-me a força que tanto necessito e a coragem para seguir.

Minha mãe, você não está sozinha.
Tenho-te em meus braços.
Mas, de vez em quando,
Faz uma forcinha
E me receba em teus braços também.

Hoje sei que existem milhões de pessoas com Alzheimer. E outros milhões que cuidam, sejam filhas, cuidadores formais ou informais. Não estamos preparadas. Nunca esperamos que a doença bata em nossa porta, em nossas caras. Muitos desses, sem condições financeiras, pois precisam parar de trabalhar para cuidar. Muitos sem fraldas, remédios adequados, tratamento adequado, dependendo da boa vontade de amigos, vizinhos, estranhos. Grupos estão se formando nas redes sociais, a informações começa a fluir e o Alzheimer está deixando de ser um mito. Ela é uma realidade.

Link: https://youtu.be/lH-wY2Vd6vo ; https://youtu.be/g6YBmHw3siE
TÍTULO: MEDICAÇÃO.

Desde que foi diagnosticada, ela é tratada com um geriatra, que ministrou, no seu primeiro ano o remédio, Donepezila de 5 mg que o tomou por um ano. Mesmo assim, a doença evoluiu e as agitações e comportamentos mais agressivos começaram a aparecer. Foi ministrado o de 10 mg, sempre a noite e, começou também com o Memantina de 10 mg. Com um período de adaptação, que durou um mês, aumentando a dosagem paulatinamente. Começou com meio comprimido uma vez a noite, durante uma semana, depois mais meio, no horário da manhã, pelo mesmo período. Na terceira semana, a noite, passou para o comprimido inteiro e, finalmente, na última semana, o mesmo aconteceu com o remédio da manhã. Hoje são 20 mg dividido em dois horários. Manhã e noite.
Mas a agitação continuava.
Milagrosamente, surgiu em nossas vidas, o Quetiapina.
Não sou médica e não posso recomendar a ninguém esse medicamento, pois cada caso é um caso e, as receitas são controladas. Mas, o Quetiapina de 25 mg chegou, e na primeira semana, foi ministrado também com meio comprimido, passando para o inteiro depois desta adaptação. É nítido a melhora depois de uma semana de uso. O entardecer chega e o remédio é ministrado. A agitação que estava querendo aparecer, é colocado em escanteio, e minha mãe fica mais tranquila. Um dos sintomas é uma sonolência, o que acaba ajudando a noite, pois dorme direto, sem nenhum problema. Volto a repetir. Cada caso é um caso e, pelas leituras que tenho tido a oportunidade de fazer, há pessoas com o D.A. que não se adaptaram e outras, que a dosagem é maior. Só o médico é quem pode decidir e adequar a dose.
Hoje, minha mãe usa o QUET XR de 50 miligramas em vez da quetiapina de 25 miligramas. Ele tem resolvido o problema de agitação noturna, pelo menos amenizado bem.

Outra coisa que faço com ela, além de sair para pequenos passeios, é pedir a sua ajuda para fazer algo. Mesmo que ela não consiga, agradeço e elogio. Lógico, que na sua maioria das vezes, tenho que refazer. Mas ela não sabe e se sente útil.


Link: https://youtu.be/7lx4ztWP-cw

Facas e tesouras já não são permitidos, pois sua coordenação está prejudicada. Mas outras tarefas podem. Ela me ajuda no seu banho. Colabora quando a visto. Escolhe a roupa que quer usar para sair ou ficar em casa. Arruma seu cantinho onde guarda suas revistas. Coisas simples, diárias, mas importantes. Isso ajuda a guardar na memória a rotina diária e, com o tempo, isso vai se incorporando e não estranha mais. Cito o exemplo do uso da fralda. No inicio não queria. Incomodava. Mas, a verdade é que sentia vergonha. Mostrei a ela a importância da fralda noturna, que devido sua dificuldade de andar, seria legal usar, para evitar de ficar toda molhada na cama ou ter que se levantar dois ou três vezes a noite, para ir ao banheiro. Cheguei a colocar uma para mostrar como era fácil de usar e mais prático. Rimos muito. Então ela usa há 5 anos, sem nenhum problema e, a hora de ir pra cama, ela me lembra que tenho que colocar a fralda nela. Muito linda, essa minha mãe.