Título: FINAL DE ANO 2016/2017
Muitas coisas aconteceram da virada do ano até esse momento.
Com o calor imenso de dezembro do ano passado, chegando a 40 graus com uma sensação térmica acima dos 45 graus, coloquei minha mãe para dormir na minha cama e eu ao seu lado, para que o ar condicionado fosse ligado. A primeira noite, deu turo certo. Ela dormiu bem e eu não. Afinal de contas dormir no chão não é uma das minhas tarefas prediletas.
Na segunda noite, madrugada do dia 30 de dezembro, as 4 horas da manhã, com minha mãe acordada, me levantei e fui ver o que ela queria. Disse que estava bem e se recusou ir ao banheiro ou trocar a fralda. Estava com muito sono ainda. Voltei a me deitar e não conseguia dormir pois, ela se remexia muito na cama, e o ruído da fralda com o protetor de colchão estava me indicando que algo não estava bem. Levantei-me e putz! Não sei como consegui chegar ao interruptor e, ao ascende a luz, percebi que ela estava no chão. Não deu um grito sequer, apenas gemia segurando o braço direito, na altura do cotovelo, que apresentou um inchaço imediato. Consegui coloca-la de volta na cama e pus gelo no local dolorido. O interrogatório começou e consegui entender o que havia acontecido. Minha mãe, apesar de sonolenta, resolveu ir ao banheiro e se levantou, segurando-se na cadeira de computador que tenho no quarto, com rodinhas. Logico que acabou perdendo o equilíbrio quando a cadeira deslizou e, o braço acabou virando por não ter largado a cadeira. Dor.
Nisso, as 4:30 da manhã, a deixei no quarto, com gelo e fui preparar o café, com a intenção de leva-la a emergência, pois acreditava que ela tinha se machucado mais seriamente do que no costume. Minha mãe se comportou com o uma verdadeira heroína. Não reclamava de nada e apenas aguardou. Fiz sua higiene e, com muita dificuldades, consegui leva-la ao banheiro. Nova queda. Desta vez ao tentar coloca-la sentada na cadeira de rodas. Por não ter forças no braço direito, sentou-se na pontinha da cadeira que, apresar de estar travada, não aguentou e putz!
Meu desespero era gritante e, fui em busca de ajuda. Creio que acordei a vizinha que, prontamente, veio me socorrer e, juntas, conseguimos coloca-la na cadeira de rodas.
Chegamos a emergência antes das 6h da manhã.
Duas horas depois, ainda aguardando o resultado do raio X, veio a médica e me informou que infelizmente minha mãe tinha esmigalhado o cotovelo e que precisaria ser internada para cirurgia. O choque foi tanto que não conseguia entender o prognóstico. Ou seja, seria internada para passar por uma cirurgia de reconstrução e, com um alto risco cirúrgico, por se tratar de pessoa idosa, 89 anos e, com diversos problemas de saúde.
Fomos encaminhadas para um box na emergência e, os exames pré operatórios começaram a ser feitos, enquanto aguardávamos a autorização do plano de saúde.
Não foi fácil segura minha mãe durante 12 horas, deitada numa cama, com o braço imobilizado, sem sua medicação diária do Alzheimer. Ela não conseguia assimilar que estava machucada e que tinha que ficar, apesar da dor.
O hospital nos recebeu e nos deu um atendimento de primeira linha, o problema estava na autorização do plano, que segue a risca toda uma burocracia, causando um atraso na internação. Quase véspera de ano novo e, nós duas, sem ter o que fazer para melhorar essa situação, apenas aguardar que terceiros resolvessem nossos problemas.
Finalmente, as 18 horas, Angela chegou ao hospital e me substituiu, para que eu pudesse ir em casa, separar algumas coisas necessárias para poder ficar com minha mãe durante todo o tempo de intermação. Fui e voltei em uma hora e meia. Nunca fui tão rápida em tomar banho, comer algo e preparar a mochila. Coloquei as Calopsitas pra dormirem e as cobri.
Conseguimos ir para o quarto após as 20h. rendidas e cansadas.
Lógico que tem todo aquele movimento de enfermeiras e equipe técnica em volta, preparando a mamãe para passar a noite, questionando sobre medicação e providenciando roupa de cama pra mim e um lanche para ela.
Quanto a sua medicação para dormir, só o médico poderia liberar, no dia seguinte. Passamos a noite em claro. E ela, não parou cinco minutos. E eu, GANHEI UM PAR DE OLHEIRAS.