Título: A cirurgia.
Finalmente chegou dia. Eu tremia e sorria ao mesmo tempo. Cheia de medos e expectativas. Mamãe tranquila, sorria também. Foi preparada pela equipe e o relógio começou a fazer tic tac. Qualquer ruído no corredor, me assombrava. A espera do maqueiro. O cara que irá levá-la para o centro cirúrgico.
O que se faz enquanto sua mãe é levada para o centro cirúrgico? No meu caso, acompanho até a onde permitem ir e retorno para o quarto. Tenho que arrumar tudo pois o quarto precisa ser liberado. Vou para a sala de espera do CTI e fico aguardando notícias. Mensagens de boa sorte e Fé repletam meu celular e isso me enche de esperança. Rezo e peço ao Bom Deus que me dê uma oportunidade de ficar com ela mais um tempo. Eu vou cuidar dela, prometo.
Não sei se é o nevrosismo ou o frio do andar, cujo ar condicionado deveria estar no mínimo, o queixo não para de bater e a vontade de ir ao banheiro, só aumentava. O banheiro é o único lugar quentinho do andar. Nem um café tem para aquecer. Ninguém para segurar minha mão. Vou alternando do medo a esperança, da ansiedade a segurança. Tudo vai dar certo. Já deu, diz meu coração. E ninguém aparece para dar notícia.
Passam duas horas e eu tremendo de frio.
Passa uma médica, ainda com a roupa da cirurgia e entra no CTI. Meu coração dispara.
Ela volta e pergunta se sou parente de Dna Apolonia. Simmmmmmmmmmmmmm.
"Correu tudo bem, ela vai ficar uma hora no centro cirúrgico para estabilizar e depois descer para o CTI, você poderá vê-la por alguns minutos". Essa foram as mais lindas palavras que ouvi nos últimos cinco anos.
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