26 junho 2016

TÍTULO: UM RESUMO BEM PEQUENINO.

Minha mãe se chama Apolonia Mayol, chegou no Brasil em 1959. Veio morar com o marido, meu pai, Miguel Llabres, que tinha partido da Espanha em 1958 para se "fazer" no novo mundo 9 meses antes. Moraram em Botafogo, aos pés do Cristo, numa casa de cômodos, temporariamente. Essa casa era administrada por uma Espanhola que, alugou um quarto para meu pai. Sapateiro de profissão, montou uma portinha de consertos de calçados. A alta sociedade gostava do seu atendimento e do diferencial que era oferecido, sapatos combinando com os botões da roupa e bolsa forrada com o mesmo tecido. Com o tempo, alugaram  uma loja de esquina e um apartamento. Nasci nesse conjugado na Glória em 1961.







Em 1964, fui conhecer minha família, na Espanha, com minha mãe. Viagem de navio. Foram 17 dias de viagem, com parada obrigatória em Marrocos, segundo minha mãe, para reabastecer. Não me lembro de nada e poucas fotos existem. Pena que naquela época, a facilidade do Smartphone ainda não existia. Ficamos seis meses e voltei falando o idioma da região, o Malhorquino. Esqueci todo o português, que sempre foi um problema pra mim, na escola.

Mãe gravida de mim.
Eu e meu primo Miguel, em Mallorca.


Meus avós vindo para o Brasil.

Meus avôs maternos chegaram dois anos depois. Isso veio a dar uma força enorme para o meu pai que precisava de muita ajuda para montar sua fábrica de calçados. Como minha mãe, minha avó Catalina, também era pespontadeira de calçados e, ambas o ajudavam em casa. Meu avô ficava na recepção na fábrica. Eu mesma comecei a estagiar com 14 anos no escritório. saímos da Zona Sul e fomos para a Zona Norte quando a fábrica de calçados cresceu e não havia mais espaço por lá.
Estudei em Escola Municipal, que se tornou Estadual e, o antigo ginásio, numa Escola particular administrada por freiras. Me formei no Magistrado.

Por quê esse resumo? Para mostrar que minha mãe sempre foi uma pessoa forte e presente. Que as lutas que teve que enfrentar num país novo, aprender um novo idioma, longe da família, não foram fáceis. Ela teve muita coragem. Não sei se eu faria o mesmo.
Meus pais sempre foram muitos unidos. A sua morte foi um choque. A depressão que a culminou foi devastadora e a necessidade de estar junto a ela, para evitar que isso a matasse, foi simples. Simples e complicada ao mesmo tempo.
Por esse motivo cuido dela desde o final de 2003.
Quando chegou o Alzheimer, ele veio para me derrubar. Foi um choque. Mas isso vocês já sabem.







8 comentários:

  1. Espero que seus escritos mais do que uma forma de desabafo, seja alento aos corações de filhos e filhas que,como vc, passam por esta provação. Estou sempre aqui para vcs. Força amiga. Gisa.

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  2. Tem sido motivador e tranquilizador ao mesmo tempo. Um dia vou dividir com outras pessoas, com o intuito de ajudar. Continue lendo, amiga.

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  3. Muito importante para mim. Sou sua seguidora YouTube. Juana que blog ameiiii

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  4. Respostas
    1. Sim, mas não empréstimo, não alugo e bem vendo. Kkkkk

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  5. Vc é uma guerreira! Sua mãe uma joia rara! Serás sempre abençoada! História de vida linda!
    Fiquei muito emocionada 🙏😍 Deus abençoe

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