23 junho 2016

TÍTULO: POR QUÊ ESCREVER ESSE BLOG?

Escrever, pra mim, é um desafio, além de gostar muito de ler, também amo escrever. Mas por ser filha de espanhóis e, dentro de casa, o falar português é mais raro, sempre tive muitas dificuldades na escola.
Então, me pergunto, por quê escrever?
Porque acabo de descobrir que não estou sozinha. Muitas pessoas estão vivendo a mesma situação e, existem poucos livros, ou sites que falam sobre a experiência de viver com alguém com Alzheimer. Existe sim sites que falam da doença, o que é, os sintomas, etc. São sites informativos. Mas poucos falam das nossas dúvidas, das dores, da experiência, do sentir, da culpa e do medo. Além do mas, escrever é uma maneira que encontrei de colocar pra fora o que penso e o que sinto. Em vez de continuar procurando pessoas para contar sobre isso, enchendo seus ouvidos e, conseguindo, afasta-las, resolvi escrever.
Hoje já aceito a doença. Convivo melhor com minha mãe e sei que muitas das vezes, é a doença quem está falando.
Ela está na fase intermediaria. Está medicada com Cloridrato de donepezila de 10 mg e Cloridrato de Memantina, também de 10 mg, só que duas vezes ao dia. Para quem não sabe, são 4 as fases: inicial, intermediária, final e terminal. Ainda não há cura. Ninguém morre de Alzheimer. Morre decorrente a ele, geralmente ocasionado por problemas respiratórios, como o broncoespasmo, bronco aspiração e pneumonia. Alguns com problemas de infecção urinária, outros generalizada e outros cardíacos.
Como disse antes, não estou sozinha, apesar de pensar o contrário durante o ano todo de 2015 e inicio de 2016. A partir do momento que aceitei, comecei a buscar referência, outros casos, outras experiências que viessem a me completar. Encontrei apenas 3 livros que me interessaram, sendo um apenas de outra brasileira, que vem a relatar sua experiência profissional e pessoal ao cuidar de sua mãe.. Pesquisando, entrei num grupo nas redes sociais, o Facebook e,  me inscrevi. Nesse grupo, que acabou sendo de apoio, me emocionei. Me vi cercada de amigas com o mesmo problema, onde todos falam abertamente sobre o assunto e escutam. Dão opiniões, dicas, se ajudam. Oferecem apoio e, principalmente, entendem as dificuldades, pois já passaram por isso ou estão passando. Existe também o ABRAS, que oferece apoio. Ainda não fui assistir nenhuma palestra. Não estou pronta.
Escrever me ocupa.
Escrever me tranquiliza.
Escrever me faz sentir.
Espero que, um dia, isso possa vir a ajudar outras pessoas.


Durante esse ano,  acabei conhecendo uma pessoa que acabou se tornando uma grande amiga. Uma amiga no Alzheimer. A Claudia Alves Silva, que hoje tem um canal no Youtube - Francisquinha Alves, O Bom do Alzheimer. Ela estava no mesmo grupo do Facebook e, nessa amizade, resolvemos criar nossas páginas no youtube. Trocamos ideias e nos ajudamos. Transformei a minha página pessoal em Minha mãe tem Alzheimer , colocando os primeiros vídeos que fiz com mamãe, para mostrar ao médico. Vamos começar a divulgar o Alzheimer de uma maneira mais tranquila. 

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